11 de maio de 2012

                                                                     Paixão por Café
Workshop ministrado por Cristina Maulaz para amantes do café em parceria com o Instituto Sapere Aude, foi realizado no último dia 5 de maio.









Os interessados  devem entrar em contato com o Instituto.
Informações : (43) 3347-3254 - www.institutosapereaude.com
  

4 de maio de 2012

Café pode prevenir câncer de cabeça e pescoço

(Getty Images)
- Título oficial: Coffee and Tea Intake and Risk of Head and Neck Cancer: Pooled Analysis in the International Head and Neck Cancer Epidemiology Consortium
- Publicação: Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, uma publicação da American Association for Cancer Research

- Quem fez: Mia Hashibe, professora assistente do departamento da família e da medicina preventiva da Universidade de Utah e pesquisadora do Huntsman Cancer Institute.

- Instituição: Universidade de Utah, nos Estados Unidos

- Dados de amostragem: A revisão ocorreu a partir de dados de 5.139 pessoas com câncer de cabeça e pescoço e 9.028 sem a doença.

- Resultado: O estudo mostrou que pessoas que consomem café regularmente podem ser protegidas contra o câncer de cabeça e pescoço.
Pessoas que consomem café regularmente podem ser protegidas contra o câncer de cabeça e pescoço, segundo uma revisão publicada na revista Cancer Epidemiology, Biomakers & Prevention.
A partir de uma análise de nove estudos científicos, que envolveu mais de 5.139 pessoas com câncer de cabeça e pescoço e 9.028 sem a doença – concluiu-se que aqueles que bebem quatro xícaras de café por dia têm 39% menos chance de desenvolver a doença em comparação com aqueles que não bebiam.
Chás ricos em cafeína não foram associados à prevenção desse tipo de câncer. Além disso, os pesquisadores não encontraram indícios em relação ao câncer de laringe.
“Levando em conta o alto nível de consumo do café e a baixo índice de sobrevivência de pessoas com câncer de cabeça e pescoço, nossos resultados têm pontos importantes para a saúde pública”, disse a pesquisadora Mia Hashibe, do departamento de medicina preventiva da Universidade de Utah.
— O que já se sabia sobre o assunto

O estudo acrescentou mais uma evidencia positiva sobre os efeitos benéficos do consumo de café. Cientistas já haviam relatado que pessoas que bebem mais de cinco xícaras por dia diminuíram o risco de desenvolver um tipo de tumor no cérebro chamado glioma. No ano passado, pesquisadores descobriram que homens que bebiam café tinham 60% menos chances de desenvolver um câncer de próstata agressivo. Além disso, o café já foi relacionado a índices reduzidos de câncer colorretal e de endométrio, assim como câncer de fígado.
Por outro lado, estudos já mostraram que o consumo de café pode, por exemplo, aumentar a incidência de câncer de cárdia, uma transição entre o esôfago e o estômago. Ou seja, enquanto o café protege de um tipo de câncer, aumenta as chances de desenvolver outro.
De acordo com Luiz Paulo Kowalski, cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Sírio-Libanês, a revisão americana atual tem um poder estatístico muito grande, por conta da quantidade de casos estudados. “Esse estudo vem de encontro com outro importante estudo japonês, que seguiu a vida de 38.000 pessoas por 13 anos. Os resultados mostraram que o consumo de café reduziu a chance de câncer em 50%. Então, temos duas provas epidemiológicas muito relevantes sobre o efeito benéfico do consumo de café para essa condição”, diz.
A pesquisa, porém, não esclareceu porque o café protege desse tipo de câncer. “Um estudo experimental, feito com ratos, mostrou que o café ativou enzimas antioxidantes, que protegem contra os efeitos dos radicais livres. Parece que esse assunto está realmente merecendo interesse na literatura”, acredita Kowalski.
Especialista: Luiz Paulo Kowalski, Cirurgião de Cabeça e Pescoço do Hospital Sírio-Libanês.

Envolvimento com assunto: Na década de 90, Kowalski publicou um estudo realizado com três bebidas consumidas no Brasil: erva-mate (chimarrão), café e chá. Os resultados mostravam uma pequena elevação do risco para câncer de cabeça pescoço em relação ao consumo de café.
- Conclusão
A recomendação médica não deve mudar a partir desse estudo. A descoberta, porém, é importante por mostrar que o consumo não é maléfico para essa doença. Segundo Kowalski, o câncer de boca e faringe tem três grandes vilões: álcool, tabaco e má alimentação. “A prevenção desses fatores de risco seria mais benéfica do que aumentar o consumo de café”, diz. Ele lembra ainda que o consumo exagerado pode trazer os efeitos colaterais da cafeína, como taquicardia, efeitos neurológicos, insônia e irritação.
(Por Natalia Cuminale)

 

Beber café reduz risco de câncer de próstata, diz estudo

Seis ou mais xícaras da bebida reduzem 20% das chances, diz pesquisa.
Trabalho foi feito pela Escola de Saúde Pública de Harvard, nos EUA.

Da France Presse
Café próstata 1 (Foto: AFP Photo)Pesquisa da Escola de Saúde Pública de Harvard
mostra que seis xícaras de café podem reduzir em
até 60% o risco de câncer de próstata. (Foto: AFP)
Para reduzir os riscos de desenvolver um câncer de próstata, quanto mais café melhor, de acordo com um novo estudo publicado nesta terça-feira por pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos.
Homens que bebem seis ou mais xícaras de café por dia apresentaram uma redução de 60% no risco de desenvolver um tipo extremamente letal de câncer de próstata, e uma redução de 20% no risco de sofrer com qualquer tipo de câncer de próstata em relação a homens que não consomem a bebida.
Até aqueles que bebem apenas entre uma e três xícaras por dia já se beneficiam com uma queda de 30% do risco de ter o tipo mais letal do câncer de próstata.
"Poucos estudos analisaram especificamente a relação entre o consumo de café e o risco de câncer de próstata letal, a forma mais violenta da doença, que é praticamente impossível de prevenir", destacou Lorelei Mucci, professora de Harvard e principal autora do trabalho. "Nosso estudo é o maior até hoje a examinar se o café é capaz de reduzir o risco de câncer de próstata letal."
Segundo os pesquisadores, os efeitos são os mesmos para o café descafeinado, o que leva a crer que o benefício está associado às propriedades antioxidantes e antiinflamatórias do café.
O câncer de próstata é a forma mais comum da doença diagnosticada anualmente entre os americanos, e as estimativas calculam que um em cada seis homens terá câncer de próstata ao longo da vida nos Estados Unidos.
Os principais fatores de risco associados à doença são as dietas ricas em gordura, consumo exacerbado de álcool e a exposição a produtos químicos, além da hereditariedade.
O estudo acompanhou 47.911 homens, que forneceram aos pesquisadores informações sobre seus hábitos de consumo de café entre 1996 e 2008. Ao longo da pesquisa, 5.035 deles desenvolveram câncer de próstata, incluindo 642 casos letais.
Acesse o link da radio UEL FM e ouça entrevista sobre café com Cristina Rodrigues Maulaz.



http://www.uel.br/uelfm/arquivo.php?id=8734
http://g1.globo.com/globoreporter/0,,MUL1259137-16619,00-CIENTISTAS+AFIRMAM+CAFE+NAO+FAZ+MAL+A+SAUDE

Cientistas afirmam: café não faz mal à saúde

Primeiros resultados de uma pesquisa feita pelo Instituto do Coração, em São Paulo, indicam que bebida não aumenta o risco de infarto.
ALBERTO GASPARRio de Janeiro e São Paulo
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Alguém duvida de que o café seja uma preferência nacional? Tomar um cafezinho é um gesto repetido milhões e milhões de vezes por dia. No Brasil, essa dose instantânea de tradição e alegria só perde para a água como bebida mais consumida. Nove entre dez brasileiros com mais de 15 anos tomam pelo menos um café por dia. O caminho dele até às xícaras é longo. E o tratamento que se dá a esse símbolo nacional está cada vez melhor.

"Buscamos uma bebida suave, como costumamos falar. Uma bebida que é agradável para a pessoa tomar, que não tenha um sabor estranho nem seja muito forte. Tem que ter um amarguinho, mas com sabor, como se fosse um sabor de fruta. Esse é o ideal", explica o engenheiro agrônomo José Braz Matiello.

Neto de italianos que chegaram ao Brasil no século 19 para trabalhar em lavouras de café, Matiello passou a vida toda no meio delas. Engenheiro agrônomo e pesquisador, em mais de 40 anos de estrada, ele construiu um nome respeitadíssimo no mundo do café.

"As pessoas sempre falaram que o café bom vai para o exterior e o ruim fica aqui. Isso acontecia no passado. Hoje em dia, algum mercado ainda pode pagar um preço melhor. Logicamente, o café vai para lá. Mas o consumo interno cresceu muito, em função também da melhoria da qualidade. Passamos de 17 milhões de sacas. O Brasil é o segundo maior consumidor mundial de café, só perde para os Estados Unidos", diz Matiello.

Mas não dá para esquecer que o café ainda carrega uma certa fama de vilão da saúde. Muita gente se mantém longe dele. A bebida causaria ansiedade, palpitações. O Instituto do Coração da Universidade de São Paulo (Incor-USP) até criou uma unidade de pesquisa especial: Café e Coração. A ideia é, pela primeira vez, no Brasil, analisar a ação do café no organismo, comparando pessoas com doenças do coração, diabéticas ou saudáveis, sem nenhuma doença. Parece simples, mas não é.

Sete voluntários, parte de um primeiro grupo de 27, dedicaram 70 dias à pesquisa. Vida em comum, perfis diferentes. A aposentada Maria Dalva Dias não tem problemas de saúde. Já o marido dela, seu Carlos, tem entupimentos em artérias do coração, que provocam cansaço e dores no peito. Por enquanto, toma remédios. Mas uma cirurgia não está descartada.

Antes dos primeiros exames, realizados no Incor, os voluntários precisaram reduzir a zero a cafeína no organismo. Uma "limpeza", que levou 21 dias.

"Foi difícil. Eu senti dor de cabeça. Ficar sem café é ruim. É duro sentir o cheiro do café, ver os outros tomando. É terrível. Eu também não podia consumir refrigerante, chocolate, chá mate. Tive que tirar tudo o que contém cafeína para começar os testes", conta dona Dalva.

Uma batelada de testes, para que os médicos pudessem verificar como o organismo dos voluntários funcionaria sem cafeína. Depois, todos receberam o mesmo tipo de café, em duas versões: mais ou menos torrado e uma cafeteira para levar para casa, além de uma rotina a ser seguida, rigorosamente, durante várias semanas. "A medida da água e do pó tinha que ser certinha", lembra dona Dalva.

Seu Carlos e dona Dalva não tiveram nenhum problema em seguir as instruções. A regra era tomar três xícaras de café por dia, nos horários que eles escolhessem. "É mais gostoso. Voltar a tomar café depois de um tempo é muito mais gostoso", comemora dona Dalva.

De volta ao Incor, os testes foram repetidos. Os médicos estão cautelosos. Ainda é cedo para conclusões definitivas. Mas os primeiros resultados confirmam o que pesquisas internacionais já vêm indicando. "Hoje está claro que tomar café não leva a ter mais infarto. Em vários estudos europeus e americanos, isso começa a cair em termos de verdade. Já há evidências claras de que o aumento da pressão arterial em uma pessoa que toma café regularmente é discretíssimo. É diferente para o individuo que nunca tomou café e de repente toma duas grandes xícaras de café. Esse indivíduo pode se sentir mal, até ter elevação da pressão, taquicardia, porque ele não está acostumado ao café", esclarece o professor Luiz Antonio M. César, médico do Incor.

Segundo o coordenador da Unidade de Café e Coração, não houve mudanças nos níveis de colesterol dos voluntários. O que era esperado, porque, no café coado, a gordura é filtrada. E a pressão sanguínea deles ficou até um pouquinho mais baixa no período em que tomaram café. Houve também uma agradável surpresa.

"Não posso afirmar que isso seja um efeito e que vai ser mantido. Mas ficou evidente que houve uma redução de 70% no número de extrassístoles das pessoas que tinham doenças no coração. É muito cedo, mas, no conjunto, eu posso dizer: mal não faz", afirma doutor Luiz Antonio M. César.

Os resultados dos efeitos do café nos voluntários diabéticos ainda não estão prontos, mas os pesquisadores já podem garantir que o café é até bom para eles. "Todos os estudos epidemiológicos estão mostrando de forma clara que quem toma café tem menos chances de ficar diabético. Ou, se for ficar, ficar mais tarde", revela doutor Luiz Antonio M. César.

Segundo os especialistas, essa virada da ciência em relação ao café se deve, sobretudo, ao fato de as pesquisas, no passado, encararem o produto como se fosse apenas cafeína. Em vez de xícaras de café, os pacientes testados só recebiam pílulas de cafeína.

"A cafeína isolada talvez não seja boa, mas o café não é só cafeína, tem centenas de outras substâncias. São estudos recentes que estão mudando a imagem do café", diz doutor Luiz Antonio M. César..html