Foto: Agência Londrix
Especialista recomenda o café sem açúcar para que se note todas as nuances da bebida
Há quem diga que não gosta de café. Gosto não se discute, porém, podem existir aqueles que dizem não apreciar porque não experimentaram um bom café ou não conhecem os cafés especiais. O café puro varia de atribuições de acordo com vários fatores. A região de onde vem é um deles. O aroma e o sabor mudam conforme o microclima, explica Cristina Maulaz, d´O Armazém, em Londrina.
Dependendo das preferências de cada um, Cristina recomenda um tipo de café diferente. O do cerrado mineiro, por exemplo, é mais equilibrado e tem a acidez baixa, ela explica. Já o do sul de Minas Gerais, é menos encorpado, mas tem acidez mais alta.
O da mogiana, no interior de São Paulo, tem um leve toque de chocolate amargo, já o da Bahia, que é doce, encorpado e tem baixa acidez, apresenta um leve toque de banana com caramelo, diz Cristina. Por fim, o café de casa, o paranaense, é doce e tem um toque cítrico de laranja madura, sintetiza.
Extraindo o sabor - Se é coado ou espresso, não importa, o café continua sendo o mesmo. Mas a diferença pode estar no fato de que o espresso evidencia mais o sabor, por extrair do grão máximo das suas atribuições. Existem outros tipos de extrações, como o syphon, cujo processo é a vácuo. Neste, o resultado é um café "muito delicado, próximo ao coado, que ressalta mais as atribuições do café", define Cristina.
Torra no ponto - A torra no ponto certo é um fator que influencia diretamente no sabor da bebida. É este processo que evidencia as atribuições do café. Porém, se exagerada, a torra poderá deixar a bebida com um sabor adstringente. O café de qualidade é aquele que vai deixar uma lembrança agradável na boca, ensina a proprietária d´O Armazém.
Paladar aguçado - Assim como para provar um bom vinho, provar um bom café exige treinar o paladar. "Mas todo mundo pode perceber as características do café", afirma Cristina, que de vez em quando promove degustações da bebida.
Tomar o café sem açúcar é uma condição para que seja possível notar todas as nuances da bebida. Na opinião da Cristina, o açúcar é dispensável, porque o café já é uma bebida doce. "O café é uma fruta. E por ser uma fruta, é naturalmente doce. Quando é torrado, o sabor doce é evidenciado porque o açúcar se carameliza."
Café harmoniza com muita coisa, comenta Cristina Maulaz. Tanto é verdade que, n´O Armazém, tem até um delicioso bolo de frutas com café na receita e, para a Páscoa, há ovos trufados de café.
Para quem não é muito fã do café puro ou gosta de um toque a mais na bebida, existem muitas opções que vão além do simples macchiato ou do affogato, tradicionais bebidas de café que levam leite cremoso, na primeira, e sorvete de creme, na segunda. O pingado gelado, com espresso, leite, açúcar e gelo (R$6,50) faz sucesso na cafeteria, conta Cristina. O frapeh, de leite batido com café e leite condensado é outra bebida muito desejada por lá (R$8,50). O Real, com extrato de macadâmia e sorvete de creme (R$9,50) é uma perdição, sem falar em sabores diferentes, como o do Aurora, que leva suco de laranja com abacaxi, mel e açúcar (R$10). Desculpa para não experimentar, não tem.
Serviço
O Armazém
Av. Higienópolis, 602 - Shopping Free
Telefone: 3324-8889
Texto: Mie Francine Chiba - Londrix Comunicação
