7 de setembro de 2012

Quer fazer um cafezinho? Use o sachê

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Quer fazer um cafezinho? Use o sachê

06/09/2012
Quer fazer um cafezinho? Use o sachê Foto: Agência Londrix
Conteúdo dos sachês é o café torrado e moído, aquele mesmo utilizado no coador
O prazeroso café do dia a dia agora ganhou uma forma prática e diferente de ser consumido: por meio de sachês. Mas não estamos falando daqueles já conhecidos sachês para máquina de café espresso. Estes são, na verdade, semelhantes àqueles para chá, com um saquinho de papel fechado contendo o café torrado e moído (aquele usado para fazer o café coado) com tamanho e proporção para uma xícara de 50 ml e uma cordinha por onde segurá-lo.
O surpreendente produto pode ser encontrado em Londrina na cafeteria O Armazém e é considerado por Cristina Maulaz, proprietária da cafeteria, o primeiro no Brasil e novidade mesmo no mundo. A proposta partiu da Fazenda Caeté, de Campo Belo, em Minas Gerais e foi batizada de "café individual".
O formato é uma alternativa criativa e prática para quem gosta de saborear um café fresquinho no decorrer do dia, mas não tem tempo ou paciência de pegar coador, filtro, pó e água quente para fazê-lo. Basta esquentar a água - que tem que estar fervendo, em ponto de ebulição -, colocar o sachê na xícara e despejar o líquido por cima. Em seguida, a água vai escurecendo rapidamente.
Depois de agitar o sachê na xícara por 60 segundos, basta retirá-lo, adoçar o café (para quem gosta) e saborear. Cristina Maulaz, proprietária d"O Armazém, diz que a única invenção parecida com esta que já viu foi um café individual japonês. Mas ainda assim a proposta não é a mesma, porque a invenção dos orientais é na verdade uma tentativa de fazer um mini coador contendo pó de café, com suporte de papel para apoiar na xícara. Na hora de preparar a bebida, o mini coador deve ser aberto e dentro dele despeja-se água fervente.
Fernando Reis Costa, diretor comercial da Fazenda Caeté, conta que a empresa desenvolveu o produto pensando em todos que gostam da ideia de consumir um café feito na hora. "Para aquele que está saindo 4h da manhã para viajar, à mulher que está sem o marido em casa, ao estudante que mora em república - pois cada um tem um horário diferente para sair de casa -ou à empresa aérea que oferece café no avião."
O café individual é uma alternativa a quem prefere o tradicional café coado ao café solúvel. Também uma solução melhor em relação ao café coado feito em grande quantidade. ""Após 20 minutos de coado, o café perde todos os atributos benéficos para a saúde, como os antioxidantes, as vitaminas, o potássio e a própria cafeína. Se colocar açúcar, então, perde antes"", avisa Cristina, d´O Armazém. Sem contar que, depois de um tempo, o café esfria e a bebida é muitas vezes jogada fora, gerando desperdício. "É um gasto de filtro, açúcar e pó de café", completa Fernando Costa.
Para quem mora sozinho o sachê também pode ser uma boa pedida. Cristina explica que o pacote de café perde o aroma depois de aberto. Quem toma a bebida sozinho em casa demora mais para consumir o pacote inteiro, e o pó do café oxida perdendo aroma e sabor.
Além de prático, trata-se de café de boa qualidade, gourmet, 100% arábica, observa Cristina. Especialista em café, ela afirma que o sabor da bebida do sachê atende bem ao gosto do brasileiro: tem torra um pouco mais acentuada, mas nem tanto a ponto de deixá-lo com sabor amargo. A caixa com 25 sachês de 5g custa R$16 na cafeteria.
Projeto novo
O diretor comercial da Fazenda Caeté lembra que a ideia do café individual veio cerca de quatro anos atrás, quando os produtores de café passavam por uma situação difícil com baixo valor de venda das sacas, e a empresa precisava de um produto que aumentasse o valor agregado da commodity. "Enquanto a moda era a palavra "monodose", a gente vislumbrou uma outra possibilidade, mais acessível à população brasileira que consome cada vez mais café", comentou Costa.
Costa se refere às porções de café em sachês para beber individualmente, que atualmente podem sair mais caras que a simples dose. Para consumir os sachês de café espresso que existem hoje no mercado, é preciso ter em casa a máquina que pode custar em torno de R$1.500, ele diz.
Para passar a fabricar o produto, a fazenda precisou investir cerca de R$4 milhões, que incluiu o projeto de maquinário novo para envasar o café em sachês de 5g. As máquinas que produzem sachês de chá têm capacidade para apenas 2g, quantia que não seria suficiente para fazer um bom café.
Texto: Mie Francine Chiba - Londrix Comunicação

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